O mais difícil exercício no amor é perdoar. Ele se parece com aquelas séries de musculação da academia que no dia seguinte nos deixam cheia de dor à primeira vez. Não é fácil desculpar os erros de quem tropeça conosco.
Mas e perdoar um defeito permanente? Como é complicado, quando o seu príncipe encantado não é perfeito como queria e deixa brechas onde você gostaria de ser preenchido. Dá vontade de jogar tudo para o alto, ou de procurar outro.
Só que pára tudo! E qual a linha tênue que separa o que realmente é defeito dele ou dificuldades que a vida militar impõe? Ele não fez por que não quis ou por que não pode? Claro que isso pouco importa para o coração que sente, porque dói do mesmo jeito.
Se não soubermos distinguir, poderemos cair em duas possibilidades, seguir com um romance sem futuro ou sermos injustas com alguém que não teve saída.
O diálogo. Algumas pessoas chamariam de solução, eu prefiro ver como (uma) saída, já que as palavras não mudam atitudes, o que muda a atitude é a vontade das pessoas.
Qual o limite do tolerável? Aquilo que se pode passar de olhos fechados? Se usarmos o parâmetro da dor, podemos nos enganar, já que com o tempo a permanência do erro naturaliza o próprio erro e nem sentimos dor de tão anestesiadas.
Terminar para provocar a dor do rompimento não altera para sempre o jeito das pessoas, elas demoram, mas voltam a cair no mesmo erro. Por isso, talvez, o melhor é procurar outro. Mas se descobrirmos que o outro tem mais defeitos imperdoáveis ainda?
A vida é esse ciclo de dúvidas, caraminholas e um pouco de frustrações. Nunca completamente felizes, plenamente completas. Andamos no labirinto para nos descobrir, afinal, somos nós o maior oceano de mistérios sem fim.
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